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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Paraná: Advogada acusa policiais militares de tortura e racismo


Presa supostamente por questionar uma abordagem policial, ela afirma ter sido algemada e espancada. PM vai apurar as denúncias

na Gazeta do Povo


Uma advogada de Curitiba denunciou, nesta terça-feira (27), que foi vítima de uma série de abusos que teriam sido cometidos pela Polícia Militar (PM). Ela foi presa por desacato no último fim de semana, durante uma ação policial realizada no Bairro Alto. Entre os excessos apontados pela advogada estão abuso de autoridade, tortura e racismo. Ela afirma ter sido chama de “vadia” e de “vagabunda” pelos policiais e diz ter permanecido algemada por mais de seis horas. A Corregedoria da PM instaurou um inquérito para apurar o caso.
A ocorrência começou por volta das 19 horas de sábado (24). Segundo o registro da PM, o caso foi descrito como “abordagem” realizada na Rua Rio Guaíba, no Bairro Alto, que terminou com quatro pessoas encaminhadas à Polícia Civil. Uma das detidas era a advogada Andréia Cândido Vítor.
Em um vídeo divulgado pela Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (AbraCrim), ela conta que viu a aglomeração de policiais no bairro e, a exemplo de outros moradores do local, foi ver do que se tratava. Os policiais teriam entrado sem mandado de busca em uma residência onde moram, entre outras pessoas, uma adolescente com problemas de locomoção e idosos.
Acompanhada de uma líder comunitária, a advogada teria questionado o tenente que comandava a ação sobre os motivos da abordagem à residência. O tenente teria xingado as mulheres de “vagabundas” e “vadias” e, quando Andréia se apresentou como advogada, recebeu voz de prisão por desacato.
“Eu disse: ‘Eu preciso de um representante da OAB. Ele gritou: ‘Você não precisa de nada, sua vagabunda. Entra no carro que você vai ter o que você precisa’”, narrou a advogada.
Andréia afirma ter sido algemada e colocada em uma viatura, em que estavam três suspeitos. Todos teriam sido levados a um módulo policial, no Bairro Alto, onde teriam sido torturados. A advogada diz ter sido colocada de joelhos e ter sido espancada, com tapas no rosto. “Uma das policiais olhava para mim e dizia: ‘Você não é advogada? Advogada o quê? Com essa corzinha?’”, relatou no vídeo.
Segundo Andreia, em seguida ela e os suspeitos foram levados ao Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (Ciac), da Polícia Civil. Ela diz que permaneceu algemada e em pé por seis horas e meia. Ela só foi liberada no início de domingo (25), após prestar depoimento.
O chefe da Corregedoria da PM, coronel Marcos César Vinícius Kogut disse que o comandante do 20º Batalhão da corporação recebeu a denúncia e determinou a abertura de um inquérito policial militar, para apurar o que ocorreu. “Foi solicitado o acompanhamento do Ministério Público do Paraná (MP-PR), para que transcorra tudo normalmente e que se apure o que realmente aconteceu.
Caso os abusos sejam comprovados, o procedimento instaurado PM pela pode terminar com em punições que variam de repreensão a expulsão dos envolvidos. Os policiais também devem responder pelas acusações criminalmente.


Comentário da Lígia Cardieri sobre este fato:
Gente, 

 Isso  que o video mostra aconteceu em Curitiba , na capital mais rica do país, que alardeia suas amenidades turísticas, seu charme de "país do primeiro mundo"....
Na mesma semana em que se comemora o dia  de Zumbi- símbolo da luta e orgulho da raça negra- e o 25 de novembro- dia internacional  contra a violência sobre as mulheres. 
Por ironia, na mesma sexta-feira à tarde, ocorria um seminário em um quartel da PM sobre a questão de Direitos Humanos e combate ao racismo. 
 Vamos nos manifestar  para  encurtar a distância entre intenção e gesto , entre discursos e práticas de autoridades
 Movimentos de mulheres, de negros  e de direitos humanos estão articulando um protesto público, e pedem a punição  desses policiais . 
Polícia é pra proteger e não pra humilhar e espancar pessoas . Que cumpram a lei, e nada de abuso de autoridade. 
 Ligia 


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