no blog do Milton Alves
Abertura e transparência na gestão da Urbs, uma demanda da cidadania
A bomba-relógio deixada pela gestão anterior na Urbs disparou os ponteiros e está prestes a explodir, afetando a vida de milhares de curitibanos. A questão da tarifa do transporte coletivo é um tema politicamente explosivo e envolve poderosos interesses sedimentados. Uma manobra empresarial, dirigida pelo Setransp(sindicato patronal) articulada com o Sindimoc(sindicatos dos motoristas e cobradores), prepara uma paralisação do transporte coletivo para os próximos dias.
A estratégia empresarial do lockout visa chantagear o prefeito Gustavo Fruet e a população para obter aumento da tarifa do transporte coletivo. O aumento pretendido é de R$ 3,10. Segundo nota divulgada no Portal do Setransp, o sistema vive um grave crise: “Nunca na história do transporte coletivo de Curitiba e Região Metropolitana o sistema passou por uma grave crise econômico-financeira como a que as empresas estão sofrendo neste momento. O rombo nas contas das empresas ultrapassa dezenas de milhões de reais, fora ações judiciais que cobram outros prejuízos causados pelo não cumprimento de cláusulas contratuais”.
A choradeira de ocasião do empresariado alega prejuízo na operação e aponta como saída para a situação o aumento da tarifa e mais subsídios do poder público. Trata-se de uma queda-de-braço que coloca em debate novamente o rumo do transporte coletivo na capital e na região metropolitana. Um dos elos do consórcio político e econômico que comandou a administração de Curitiba por quase três décadas tinha na pactuação Urbs-empresas uma das fontes de sustentação. A vitória de Fruet quebrou o mecanismo, o “modus vivendi e operandi” da relação até então estabelecida.
Portanto, a questão da tarifa cria a oportunidade política para uma ampla e irrestrita abertura da caixa-preta da Urbs, uma nova relação e em novas bases com o empresariado do setor, a adoção de critérios de transparência na destinação do FUC(Fundo de urbanização de Curitiba) e dos subsídios para o sistema. Além disso, medidas estruturantes como novos modais, a construção do metrô e uma consistente política pública de incentivo e qualificação do transporte coletivo – integrado e sustentável.
A herança deixada para a cidade é pesada. O desafio para o novo prefeito é grande, mas ele conta a seu favor com apoio e a confiança da maioria dos curitibanos.
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