deu no Globão
Fórum Econômico Mundial listou cinco fatores X, problemas sérios e ainda remotos que devem ter impacto na vida na Terra
Nota do blog: As raposas de rabos felpudos que infestam o sistema financeiro não foram listadas como ameaça.
RIO - Enquanto o mundo concentra suas preocupações na crise nos países desenvolvidos e no aquecimento global, o Fórum Econômico Mundial alerta para os chamados “fatores X”, que, segundo a organização, já deveriam estar na pauta de discussão de países e organizações internacionais por terem consequências incertas e, por isso, poder de desestabilizar a atual ordem mundial — entre eles, a descoberta de vida alienígena.
O relatório anual sobre os riscos globais, publicado duas semanas antes do encontro anual que ocorrerá em Davos, teve colaboração da revista científica “Nature” considerando cinco fatores X: as mudanças climáticas em curso, o avanço cognitivo do cérebro humano, o uso descontrolado de tecnologias de geoengenharia, os custos de se viver mais e a descoberta de vida em outros planetas. De acordo com o relatório, antecipando-se a essas questões, seria mais fácil agir de forma pró-ativa e não ser pego de surpresa quando eles emergirem.
Segundo o documento, se considerado o ritmo da exploração do espaço nas últimas décadas, é possível considerar que a humanidade pode descobrir vida em outros planetas. A maior preocupação seria sobre os efeitos nos fluxos de investimento na ciência e sobre a própria imagem do ser humano. Supondo que seja encontrado um novo lar em potencial para a humanidade ou a existência de vida em nosso sistema solar, a pesquisa científica teria deslocados grandes investimentos para robótica e missões espaciais. Além disso, as implicações filosóficas e psicológicas da descoberta de vida extraterrestre seriam profundas, desafiando crenças das religiões e da filosofia humana. Por meio de educação e campanhas de alerta, o público poderia se preparar melhor para as consequências desse processo, indica o fórum.
Apesar de a ameaça que as mudanças climáticas podem causar serem conhecidas, o relatório também indaga se já passamos de um ponto dramático de não retorno. Por isso, para além do tema que guiou os debates na última década — se os seres humanos seriam ou não responsáveis por alterar o clima da Terra —, poderíamos ter de caminhar para discussões forçadas sobre como fortalecer a resiliência e a capacidade adaptativa para lidar com um novo ambiente que pode nos levar a um novo e ainda desconhecido equilíbrio.
Segundo o Fórum Econômico Mundial, outra preocupação de hoje sobre problemas ainda remotos deve ser o avanço cognitivo do ser humano. Há o temor de que no futuro as pessoas abusem da tecnologia que permite turbinar a performance no trabalho e nos estudos. O esforço dos cientistas para tratar doenças como Alzheimer ou esquizofrenia leva a crer que num futuro não muito distante pesquisadores vão identificar compostos que permitam melhorar os estimuladores cognitivos de hoje, como a Ritalina. Apesar de serem prescritos para pessoas com doenças neurológicas, esses remédios seriam usados no dia a dia como já ocorre hoje. O avanço poderia também vir de hardwares, diz o relatório. Estudos mostram que a estimulação elétrica pode favorecer a memória. Diante disso, seria ético aceitar que o mundo se dividisse entre os que tiveram oportunidade de ter a parte cognitiva reforçada ou não?, indaga o documento. Haveria, ainda, o risco desse avanço dar errado. O impacto dessas novas tecnologias é esperado para dentro de 20 ou 50 anos.
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