no Polaco Doido
Não é nenhuma novidade a notícia de que o estado do Paraná está na maior das pindaíbas.
Apesar dos recordes na arrecadação do estado, que tem aumentado consideravelmente nos últimos anos (R$ 25,9 bi em 2011, R$ 27,83 bi em 2012 e R$ 10,31 bi no 1º quadrimestre de 2013), o executivo estadual continua chorando miséria, bolando planos mirabolantes para cortar gastos públicos e, é claro, jogando toda culpa pelo fracasso administrativo do estado nos ombros do governo federal que, teoricamente, tem cortado sumariamente os repasses para o estado.
Segundo o Deputado Tadeu Veneri, apesar de toda chiadeira de nosso governador, as despesas do estado tem aumentado consideravelmente. Em 2011, um aumento de 9%; em 2012, 154% e só no 1º semestre de 2013, outros 154% de aumento nas despesas correntes do estado.
O estado arrecada mais, gasta mais e apesar disso, Carlos Alberto continua chorando e jogando a responsabilidade pela falta de grana no governo federal.
Com a locação de softwares, em 2012, o estado gastou R$ 75 mil. Em 2013 esse valor saltou para R$ 4,9 milhões. Um aumento de 6.000% no período. (O Celepar encerrou suas atividades?)
Os serviços de terceiros (contratos com pessoas físicas) registram um aumento de 2.500% no período. Gastos com cartão corporativo saltaram de R$ 403 mil em 2012 para R$ 7 milhões somente no 1º semestre de 2013. Despesas com hospedagem passaram dos R$ 320 mil em 2012 para R$ 810 mil no 1º semestre deste ano, um aumento de 153%. Os gastos com diárias saltaram de R$ 57 mil para R$ 671 mil de janeiro a junho deste ano.
Das duas uma:
ou o Governo Richa reclama de barriga cheia, pois continua gastando cada vez mais,
Ou…
O governo Richa não tem nenhum controle de gestão e gasta mais do que arrecada por simples incompetência administrativa ou estratégia eleitoreira.
Sem querer ofender o “Xoque de Jestão,” aposto uma maria-mole na segunda alternativa.
Mas esta catástrofe administrativa na condução do estado do Paraná de maneira nenhuma implica numa derrota iminente do atual governador no pleito de outubro de 2014, como que uma releitura de 2012, quando o prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, candidato a reeleição, nem chegou a disputar o 2º turno.
Com o nosso atual sistema eleitoral, disputar um cargo eletivo e exercer um cargo eletivo são duas coisas completamente diferentes.
Tanto é, que no primeiro mandato de Richa no comando da prefeitura de Curitiba (2005-2008) não foi muito diferente deste seu 1º mandato como governador do estado. Os gastos do município só aumentaram, os contratos do município com empresários amigos só aumentaram, a qualidade dos serviços públicos ficou cada vez pior e a única ação minimamente relevante daquele mandato foi dar inicio as obras da polêmica Linha Verde, uma obra que até agora, não está nem perto de estar concluída.
Apesar de seu fracasso administrativo como prefeito de Curitiba, Richa foi eleito para seu segundo mandato com mais de 77% dos votos válidos. Um sucesso sem precedentes na história eleitoral da capital, pós-redemocratização.
A explicação para este fenômeno é muito simples.
Richa não é um político de ações, é sim um político de eleições.
Seu maior talento é a arte de vender a própria imagem, seus programas eleitorais são de uma qualidade sempre superior a de seus adversários e o uso da maquina pública na disputas eleitorais já fazem parte do metiê desde o inicio de sua carreira.
Então, o leitor pode ter certeza de que todas as ações do governado do estado até aqui, tem apenas objetivos eleitorais.
Botar a culpa no Governo Federal pela falta de dinheiro no estado visa unicamente atingir negativamente Gleisi Hoffman, ministra Chefe da Casa Civil e principal virtual candidata contra Richa no pleito do próximo ano.
Se os custos com a locação de softwares aumentou em 6000% só nesse ano, se os gastos do estado só se fazem aumentar, se os contratos com terceiros só aumentam. É porque Richa vai tirar algum proveito eleitoreiro disso no próximo ano.
E se os custos com a folha de pagamento do estado já extrapolou os limites da lei de responsabilidade fiscal e apesar disso, o estado continua mantendo o exército de mais de 4.100 comissionados na folha de pagamento, pode ter certeza que no próximo ano, teremos 4.100 defensores ferrenhos do governador, 4.100 cabos eleitorais trabalhando 24 horas por dia para reeleger Carlos Alberto para mais quatro anos no comando do estado.
E não adianta nada a oposição comemorar o fracasso administrativo do governo estadual, achando que a próxima eleição está no papo. Richa não é bobo e eleitoralmente não dá ponto sem nó. As regras eleitorais atuais permitem que ele governe o estado visando exclusivamente a próxima eleição e é isso que ele faz desde que foi vice-prefeito de Curitiba em 2000.
Não se engane, Richa não é Ducci.
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