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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Aldir Blanc: Com uma esquerda assim, quem é que precisa de direita?

Cataploft no Panteão


Aldir Blanc(*) - publicado em O Globo (dica do meu amigo Ulisses Galetto)

Cataploft! Desmoronou um dos últimos ídolos de meu modesto panteão: Mário Covas. Segundo denúncias da Siemens, Covas favorecia um cartel para fraudes em licitações em várias obras. Geraldo Alckmin está metido na lama até os óculos, e também o severo José Serra. Que tucanagem! O Ministério Público reabriu 45 inquéritos em que há suspeita de fraude, só a fimose do iceberg. Fala-se em milhões de dólares pra lá e pra cá, jogadas com offshores, o escambau. Sempre surge um nome nas reportagens: Alstom, que, como Mamalufes e Horrorizes, não está nem aí.

Viremos o disco, um LP bem arranhado: advogadinho de notório plano de doença ganhou a presidência da Agência Nacional de Saúde, um escândalo monstruoso. A iminência marrom por trás dessa armação já havia, em conluio com o PCdoB, transformado o Cremerj em cobertura de suas jogadas. Ele apronta, o Conselho varre pra baixo do tapete. Sobrou também para o presidente do Fluminense, Peter Siem Sen-Calças, que proibira a contratação do técnico Luxa. No dia seguinte, Luxa era alçado ao cargo, por ordem do verdadeiro patrão de Sen-Calças. Manda quem pode, obedece quem não tem balls. Aconteceu ainda a farsa que aprovou a “reforma” do Ecad, depois de um piquenique cheio de colaboracionistas, quintas-colunas, a tradicional flora & fauna se divertindo. Houve antes uma CPIsca, pautada pelo Creative Commons, presidida por dois senadôs: Randolph, do PSCURO, e Lindberg, da facção PTraste. Randolph declarou a um jornal ter conversado comigo sobre o assunto. Mentira. Nunca falei com ele, nem o vi mais sórdido. Queixei-me ao amigo de juventude, Chico Alencar. Chico achava que Randolph se desculparia. Nunca o fez — ou o fezes, tanto faz. Lindberg, vulgo Lindinho, procurou a então ministra da Cultura, Ana de Hollanda, para “acesso a dados”. Ana o ajudou e notou o desplante com que Lindinho argumentava na CPI de forma diametralmente oposta ao que dissera para a ministra. Vendo-o, depois, passar no corredor, a ministra o chamou — e o garotão correu. Isso mesmo: fugiu da raia. Findo o festivo convescote, tivemos a aprovação da reforma, em caráter urgente-urgentíssimo, obra de uma parlamentável do — olha ele aí de novo! — PCdoB, figura nefanda que já assestara uma tremenda rasteira em Ivan Cosenza, filho do Henfil, quando Ivan tentou levar o Instituto com o nome de seu pai para o antigo Castelinho. Com esquerda assim, cacetada, quem é que precisa de direita? Vão se fifar!

Em resumo: como disse a socialite, amásia de um figurão do COB, “entrei na manifestação e pedi a meu chauffeur norugo-cearense, Raimundsson, que jogasse minha bolsa Prada numa vitrine e roubasse uns lenços lindíssimos. Fiquei tão feliz que nem fui para a aula com meu personal amasso, o Dr. Peg-Ypow, mestre em orgasmos simultâneos, o Tai-Xot-Uau!”

Só dói etc. Qualquer movimento que alije do cenário político um elemento rico, inepto, falso, como Geraldo Alckmin, terá prestado um favor ao país.

Fui, junto com o “Washington Post”: Bezos y frio en el alma.

(*)Aldir Blanc é compositor

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