Um levantamento inédito realizado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, entre os dias 12 e 19 de agosto, em 50 unidades de saúde do município, revelou uma realidade preocupante: dos 1.225 pacientes encontrados nas emergências, 812 (66%) aguardavam internação; destes, 220 (27%) esperavam ser internados em leitos de UTI adulto; durante esse período, 209 pessoas morreram, sendo 45 delas (22%) nas UPAs
via Brasil 247
Do RJ24Horas - Um levantamento inédito realizado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), entre os dias 12 e 19 de agosto, em 50 unidades de saúde do município, revelou uma realidade preocupante. Dos 1.225 pacientes encontrados nas emergências, 812 (66%) aguardavam internação. Destes, 220 (27%) esperavam ser internados em leitos de UTI adulto. No mesmo período, foram identificados 32 leitos vagos, para onde já poderiam ter sido transferidos 14,5% destes pacientes. Durante esse período, 209 pessoas morreram, sendo 45 delas (22%) nas UPAs.
A fiscalização realizada pelo Ministério Público constatou graves problemas nas filas de espera para acesso aos leitos hospitalares federais, estaduais e municipais situados no município do Rio (sistema regulatório). Os principais problemas constatados foram: falta de leitos hospitalares, falta de sistema informatizado para organizar as filas dos pacientes que esperam por vaga, falta de critérios claros para definição de quem deve receber primeiro a vaga no hospital (protocolos de hierarquização dos casos e classificação de risco), ausência de cooperação entre hospitais federais, estaduais e municipais, desorganização na divisão de tarefas entre os hospitais (perfis hierarquizados de atendimento) e carência de recursos humanos.
Os dados apontam que o maior tempo de espera é verificado nas especialidades de infectologia (16 dias), oncologia (12 dias) e ortopedia (9 dias). Em algumas unidades, pacientes que estavam nas macas ou em cadeiras foram considerados internados, tendo tido até mesmo alta nesses locais. Em uma das emergências foi encontrado um paciente aguardando vaga há 40 dias para correta internação no hospital.
A verificação ocorreu em 30 UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), 5 CER (Coordenação de Emergência Regional) e 15 hospitais.
Uma audiência pública será realizada no MP com as Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva da Saúde da Capital, que será presidida pelas promotoras Anabelle Macedo Silva, Madalena Junqueira Ayres e Patrícia Silveira Tavares e contará com a participação de gestores públicos, conselhos profissionais e representantes do Poder Judiciário e da Defensoria Pública, além de outras entidades da sociedade civil relacionadas ao tema.
Durante o encontro, serão debatidos temas como a atual situação dos hospitais estaduais e municipais, bem como as filas de espera para atendimentos e consultas no Sistema Único de Saúde, a chamada regulação do acesso aos serviços de saúde. O objetivo é que todos os cidadãos tenham acesso igualitário aos cuidados de saúde de acordo com a gravidade e situação clinica de seu problema de saúde e não por conta de conhecimento ou favores de políticos ou de profissionais de saúde.
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