via Gustavo Fruet
Resumo da coletiva sobre a situação do transporte coletivo na RMC:
Durante toda campanha de 2012, sempre alertei que a questão do transporte era uma bomba relógio prestes a explodir.
O colapso atual é resultado:
1 - de uma integração sem critérios ou planejamento
2 - de uma licitação realizada há apenas 4 anos que não equacionou sistema
3 - da falta de licitação das linhas metropolitanas
4 – do uso político-eleitoral, mantendo a tarifa do usuário em valor inferior a tarifa técnica.
Esse descolamento da tarifa do usuário para tarifa técnica começou no final de janeiro de 2004, quando o então prefeito Cássio Taniguchi viajou ao exterior e seu vice assumiu a Prefeitura e baixou a tarifa.
Desde então o poder público passou a bancar a diferença e acumular dívidas com as empresas.
Na licitação de 2010, o valor da dívida foi abatido do valor de outorga que as empresas deveriam pagar.
Como eram credoras da Prefeitura, as empresas que já operavam o sistema levaram grande vantagem e venceram a licitação.
No final de 2012, o Setransp publicou carta na capa da Gazeta do Povo afirmando que o déficit das empresas já era de R$ 200 milhões.
Fato é que depois da licitação, o subsídio passou a ser pago pela outorga. Mas esse recurso acabou em pouco tempo.
Finalmente, em 2012, quando o ex-prefeito Luciano Ducci disputaria a reeleição, o governador criou o subsídio para evitar que um aumento drástico da tarifa impactasse negativamente no projeto eleitoral do seu candidato.
Naquele ano, o governo do estado subsidiou o sistema com R$ 64 milhões.
Passados 3 anos, o governo nos propõe pagar, em 2015, R$ 27,6 milhões.
Entendemos as dificuldades financeiras do estado.
Porém, Curitiba não tem condições financeiras de arcar com o subsídio das empresas metropolitanas.
Está na hora de repactuar o sistema. Cada parte terá que assumir suas responsabilidades.
Por força contratual, a partir do dia 1º de fevereiro de cada ano a tarifa técnica é reajustada.
Fato é que temos pouco tempo para anunciar novas tarifas.
Seguimos conversando com o Governo do Estado.
Como já divulgamos antes. Serão valores diferenciados para pagamentos em cartão-transporte ou dinheiro.
Os valores ainda não foram definidos. Porém, são pressionados por um pedido de reajuste salarial de 19% dos trabalhadores e por um indicativo das empresas de tarifa técnica a R$ 3,75.
Sofremos ainda pressão por tarifa baixa, melhores salários, mais qualidade no serviço, lucro e menos subsídios.
Esperamos que o governo do estado assuma sua responsabilidade e trabalhe para manter a tarifa única.
Não haverá desintegração física do sistema. As vias, terminais, estações-tubo, CCO, enfim toda estrutura da URBS, que tem custo anual de R$ 30 milhões para a Prefeitura de Curitiba, continuará à disposição da RIT.
Roteiro sugerido para os protestos contra o aumento da passagem:
1) Palácio Iguaçú para visitar o Bebeto Bronzeado* - Bebeto Bronzeado, em uma manobra escandalosa de propaganda eleitoral, "abaixou" artificialmente o preço das passagens que havia sido majorado por seu mentor Cássio Taniguchi. Deixou a bomba relógio armada para as gestões seguintes
2) Casa do Luciano Ducci - Na gestão do Luciano Ducci se consubstanciou a escandalosa farsa da "licitação de mentirinha" (iniciada na gestão do Bebeto) que consolidou de vez o domínio do transporte na RMC pelo cartel composto por meia dúzia de famílias.
3) Família Gulin - Um mapeamento feito pela CPI do Transporte Coletivo, instaurada pela Câmara de Curitiba, revela que 68,7% das ações das empresas que compõem os três consórcios que operam na capital estão concentradas nas mãos da família Gulin. A mesma família é proprietária do magnífico "Edifício Delta", que tem sido "cedido" mediante módica quantia para servir de sede para repartições e secretarias da Prefeitura de Curitiba (mais uma herança do Taniguchi).
Veja o mapa das capitanias hereditárias:
*Bebeto Bronzeado é o nome do boneco de ventríloquo que ocupa (mas nnao exerce) o cargo de governador do Paraná
Nenhum comentário:
Postar um comentário