Após a fritura de dois ministros da Saúde em menos de 30 dias, o governo do Brasil foi representado pelo general Eduardo Pazuello, ministro interino, numa videoconferência da assembleia anual da Organização Mundial da Saúde. Descobriu-se no discurso feito pelo general nesse encontro que há no meio da tragédia da pandemia um Brasil de mostruário, tipo exportação. Nesse país, o gerenciamento da crise do coronavírus se aproxima da perfeição.
Segundo o general, o Brasil tem decidido suas estratégias de combate ao vírus por meio do "diálogo entre os três entes federativos". Ele também declarou que o país escora os seus protocolos em "evidências e experiências exitosas nacionais e internacionais".
Nas palavras do general Pazuello, o Brasil, país continental, tem "estabelecido estratégias adequadas a cada região, através do diálogo" entre União, Estados e municípios. Os brasileiros adorariam viver nesse país alternativo apresentado pelo ministro interino da Saúde na assembleia anual da OMS. Resta descobrir onde fica esse Brasil de mostruário.
No país real, o presidente se chama Jair Bolsonaro, um personagem que contesta o isolamento social, declara guerra a governadores, prega a reabertura do comércio meio na galega, e pergunta "e daí?" quando confrontado com o número crescente de mortos.
O Brasil de que falou o general Pazuello na videoconferência se aproxima da perfeição. O único problema é que, nesse país paralelo, as autoridades mentem um pouco. Mentem inutilmente, porque o mundo se espanta diariamente com o Brasil real.
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