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quarta-feira, 2 de março de 2011

10% da população mundial tem acesso a 90% dos remédios no planeta

Mais de 80% da população mundial não tem acesso a remédios para dor

Mais de 80% da população mundial precisa de remédios para aliviar a dor. No entanto, por não ter acesso a eles, essas pessoas sofrem com dores desnecessariamente. A informação é do relatório anual da JIFE (Junta Internacional de Fiscalização de Estupefacientes) 2010, publicado nesta quarta-feira (2). 

O documento mostra ainda que 90% das substâncias lícitas são consumidas por 10% da população mundial, que se concentra em países como Estados Unidos, Austrália, Canadá, Nova Zelândia e algumas nações da Europa, diz Hamid Ghodse, presidente da JIFE. 

Em muitos países da África, Ásia e algumas partes da América, o acesso a entorpecentes e a substâncias psicotrópicas para fins terapêuticos é escasso ou nulo. 

De acordo com a junta, existe matéria-prima suficiente para atender às necessidades de toda a população mundial por analgésicos. No entanto, existem vários fatores que impedem o acesso a esses medicamentos. 

Apesar de o preço ser considerado um dos principais obstáculos para o acesso a esses medicamentos, existem fórmulas de baixo custo que têm sido distribuídas em vários países de modo eficaz, como no Brasil, o que, segundo a junta, mostra que as barreiras econômicas podem ser superadas. 

Medidas para conter abuso no uso de analgésicos 

No relatório, o órgão chama a atenção de todos os governos também para o problema do uso indevido de analgésicos, que em alguns países têm ultrapassado os níveis de abuso de drogas ilícitas. 

Para diminuir os índices, a junta recomenda certas políticas que tendem a afetar a disponibilidade de substâncias para fins médicos e científicos, dando, como exemplo, a compilação de dados estatísticos sobre as necessidades de drogas lícitas, legislação, educação e capacitação, sistemas de fiscalização nacional e prevenção do desvio e do abuso de substâncias. 

Certos fatores, no entanto, são verdadeiros obstáculos para oferta de medicamentos, entre eles, a formação deficiente de profissionais de saúde, a falta de regulamentação, as dificuldades de distribuição e a ausência de uma política de saúde integral e inclusiva que abarque o tratamento da dor, problemas apontados pelo relatório. 

Uma saída para melhorar esse quadro seria avançar os sistemas de fiscalização de drogas que podem ajudar a assegurar o abastecimento suficiente de entorpecentes e de substâncias psicotrópicas para fins médicos e científicos e, ao mesmo tempo, evitar o seu uso inapropriado e abusos.


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