O fato que você vai tomar conhecimento, parece mentira. Mas não é. Acontece em todo ano eleitoral, mas nunca da maneira como se verifica agora. O governador Beto Richa chutou pra bem longe o bom senso, a ética e a legislação. E, por causa disso, vai sofrer, antes mesmo de a campanha eleitoral começar, um processo de impugnação de sua candidatura.
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Beto liga e diz que vai mandar uma ambulância. Isso não pode, não... É crime eleitoral....
Aconteceu na última quarta-feira, dia 9 de julho. Toca o telefone do Sindicato dos Servidores do Município de Telêmaco Borba, na Região dos Campos Gerais, no Paraná. A presidente do Sindicato, Daiane Campos, atende a ligação.
"Aqui é o governador Beto Richa. Quero informar à população de Telêmaco Borba e região que estou mandado praí uma ambulância que vai atender as situações de emergência que vocês tiverem aí..."
A ligação termina com o governador falando o seu "slogan" de campanha: "Beto Richa: o Paraná que acredita".
Na hora, Daiane pensou: "Não, não dá pra acreditar". Primeiro, porque desde o último dia seis, pela legislação, o governante está impedido de usar a máquina pública para fazer propaganda ou autopromoção.
Segundo, porque no governo Richa inteiro não houve obra alguma na região e, agora, em tempo de eleição, o governador manda uma (isso mesmo: uma) ambulância para atender a Telêmaco Borba e mais nove municípios da região.
Pode isso? No governo Richa, pode sim. Na falta de obras ou qualquer realização, eles - o governador e seus assessores - entendem que uma ambulância é um feito e tanto. Pois é. Mas há pessoas que não pensam assim. E Daiane Campos é uma delas. Por isso, pediu a quebra do sigilo telefônico do sindicato para identificar a origem e o horário da ligação. De posse desses dados, ela vai à Justiça pedir a cassação da candidatura do governador por abuso do poder.
Comentário: Tem muito mais caroço neste angú das ambulâncias. Consta que as ambulâncias foram distribuídas sem que a equipe técnica da SESA tivesse participação no processo. Quer dizer: todo o planejamento do Paraná-Urgências, toda a proposta das Redes de Atenção, todos os processos que vieram sendo desenvolvidos ao longo de anos foram ignorados.
Secretária de saúde de município médio me contou que o município dela (pouco mais de 40 mil habitantes) não havia recebido NENHUMA ambulância. Enquanto isso, o município vizinho (pouco menos de 10 mil habitantes) havia recebido DUAS unidades.
A secretária então procurou por uma autoridade com gabinete no Palácio Iguaçú (aquele lugar onde o Bebeto não trabalha e só aparece em solenidades, tipo assim distribuição de ambulâncias). A autoridade confirmou a ela que o critério de distribuição havia sido político. O prefeito do município dela não pertence "à base" do Bebeto.
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